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Foto do escritorCarolina Mirabeli

Os sintomas e o milagre da alma


A sociedade atual é doente. Não é por acaso que a doença se manifesta em todos os corpos, mental, emocional e físico. A busca por respostas rápidas e soluções milagrosas impede o verdadeiro avanço da conquista da saúde da alma.

Vejam os diferentes medicamentos que existem para tudo, até para a dor de alma. Há povos inteiros que se auto-medicam e se auto-examinam e se intoxicam com remédios paliativos da dor. Porém, e a cura?

Você vai num hospital e espera que o medico te dê um remédio que imediatamente vai te curar.

Você vai numa igreja (independente da religião) e espera que o padre, pastor ou médium te dê um passe milagroso que te trará tua saúde de volta.

Você vai em um psicólogo e espera que em três consultas, tua dor de alma cesse.

Pois bem, meu amigo, curar é entrar nas sombras. É decodificar o sintoma como um detetive que procura resolver o mistério. É alegrar-se porque essa dor, esse medo, essa ferida está trazendo a você a oportunidade do conflito se esclarecer e curar. Não a ferida, mas as raízes mais existências por trás dela.

Muitas feridas são causadas há muitas gerações, ha muitas encarnações e vamos cicatrizando pouco a pouco. Às vezes a dor é muito profunda para curar de uma só vez. Às vezes, o milagre pode se dar porque já chegou a hora de ressignificar.

Veja o caso de pessoas que sofrem um acidente grave, um derrame e voltam à vida depois do coma. O que acontece? Elas perdem o medo da morte, porque o desencarne é um passo mais na nossa evolução. Lá podemos seguir como aqui, seguimos na experiência terrena. Quando elas voltam, sentem-se encorajadas a representar a vida na vida. Tornam-se missionários em levar o nome da Vida para todos e contar suas histórias. Isso é a cura.

Porque, quando ha a cura verdadeira, a missão de mostrar e ser a cura para outros se torna mais evidente.

Eu fui curada, não porque alguém me salvou ou fui medicada ou auto-medicada. Foi porque entendi o significado mais profundo da dor e da sombra para o processo acontecer.

Minha única auto-medicacao verdadeira é a fé. Dela devo me alimentar constantemente para não perder a ligação transcendental como meu Criador, com a minha própria existência, com minha alma. Essa que sou é apenas uma representação panorâmica, um avatar para essa encarnação. Mas quem sou realmente é mais do que eu, mais do que você vê. Mais do que você sente. É mais profundo.

A cura é a ligação espiritual. É o auto-contato com Aquele que tudo vê e sabe.

O caminho não é simples, nem mar de rosas. É somar tropeços, obstáculos, medos, insegurança e solidão. Porque ninguém caminha o caminho do outro. A cura é pessoal e intransferível.

Quando você vir um sintoma chegar a você, entre em contato primeiro com você. Depois com ele. Pergunte a ele o que está a te ensinar, o que ele quer que você aprenda. Busque o significado por trás do sintoma. O remédio é o conhecimento e o entendimento. Somente através da consciência que o obstáculo se torna transponível.


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