Texto publicado em https://revistanovafamilia.com.br/cura-dentro-de-nos/
Mergulhar para dentro de si não é fácil. São muitas as circunstâncias e fatores que nos impedem de ver quem realmente somos. Para que a cura possa existir, o processo é árduo. Requer profundidade, auto aceitação e cuidado consigo mesmo.
O tempo todo somos impelidos à cura. Somos jogados bem distantes de nós mesmos, para que esse movimento da cura da nossa alma não aconteça.
Pergunte-se quantas vezes por dia você respira profundamente e se indaga o que está fazendo por si mesmo. Isso porque estamos constantemente entregando resultados, em movimento, relacionando-nos com os outros, cuidando da nossa casa, preocupados em emagrecer, em ganhar dinheiro, em arranjar um namorado, em entregar, entregar e entregar. E quando nos damos conta, temos as melhores roupas, melhores carros, melhores tudo e nos esquecemos da melhora da nossa própria alma.
Pense no seguinte: somos o resultado das nossas escolhas. Escolhemos ganhar dinheiro para ter um conforto na vida. Passamos anos juntando dinheiro para comprar uma casa e quando a temos, ainda estamos procurando novas coisas para ter e somar. Nos orgulhamos ao conquistar o trabalho dos sonhos, mas nos esquecemos de resgatar o nosso verdadeiro propósito porque simplesmente não dá tempo de pensar “nessas coisas” enquanto ganhamos mais e acumulamos.
Nesse movimento, deixamos para depois o cuidar de nós mesmos. No nível do nosso corpo físico, alimentamo-nos mal, comendo produtos industrializados, tomamos remédios para todas os mínimos sintomas, cuidamos de nós apenas quando a doença vem e somos ‘obrigados’ a parar. Como se a estagnação fosse um retrocesso, nos dopamos com mais remédios para aliviar a doença, esquecendo que apenas postergamos mais pra frente o encontro conosco mesmos.
No nível emocional, entorpecemo-nos com pensamentos negativos, com informações negativas, criando uma atmosfera em torno de nós de medo, fracasso, doença e desesperança. Engolimos cápsulas de autoajuda industrializadas quando nos damos conta de que não conseguimos por nós mesmos. E quando a tristeza vem, tomamos mais remédios para mais uma vez aliviar nossas desesperanças. E assim, vamos gerando mais alienações e afastamento do nosso verdadeiro propósito.
Pergunte-se agora: quando pretende parar para se encontrar? Quando essa busca por ser alguém encontrará a calma e a tranquilidade? Quando ouvirá a sua alma que clama por ser escutada e amparada, não por ninguém, apenas por você mesmo?
E assim, sua alma, a minha e a de todos nós continuará a chamar por nós, até que com cuidado, abracemos a nós mesmos e aceitemos participar da nossa própria evolução: de ser almas, e não apenas corpos em movimento.
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